Formas farmacêuticas na fitoterapia veterinária: o que prescrever e quando
- Inaê Regatieri
- 11 de ago.
- 2 min de leitura
Entenda as principais formas de apresentação dos fitoterápicos e como escolher a melhor opção para cada paciente.
🔹 Introdução
Prescrever fitoterápicos vai muito além de escolher uma planta com base nos sintomas do animal. A forma farmacêutica utilizada — se extrato, infusão, pomada ou tintura — impacta diretamente a eficácia, segurança e aceitação do tratamento.
Neste artigo, vamos explorar quais são as principais formas farmacêuticas utilizadas na fitoterapia veterinária, como escolher a mais adequada para cada situação clínica e quais cuidados você deve ter ao prescrever para cães e gatos.
🔸 Conceitos: o que são formas farmacêuticas?
Formas farmacêuticas são as apresentações que tornam possível a administração do fitoterápico ao paciente, garantindo biodisponibilidade, estabilidade do princípio ativo e facilidade de uso.
Na prática veterinária, a escolha da forma correta depende de:
Via de administração pretendida
Condição clínica e comportamento do animal
Absorção desejada (local ou sistêmica)
Facilidade de manipulação e adesão do tutor

🔸 Classificações e aplicações mais comuns
✅ Oral
Tinturas: solução hidroalcoólica concentrada; boa absorção, mas deve-se atentar ao teor alcoólico.
Extratos glicólicos: mais suaves, boa opção para uso pediátrico ou em gatos.
Infusões e decocções: utilizadas em tratamentos pontuais ou como suporte alimentar.
Cápsulas e comprimidos: menos comuns, porém viáveis em manipulações especiais.
✅ Tópica
Pomadas e cremes: aplicados diretamente em lesões dermatológicas, cicatrizações e inflamações locais.
Sprays e géis fitoterápicos: práticos e ideais para áreas maiores ou de difícil acesso.
✅ Outras vias
Óleos macerados e fitoterápicos oleosos: usados para massagens, alívio de dores musculares ou suporte cutâneo.
Xaropes e elixires: menos frequentes, mas úteis em quadros respiratórios ou de difícil deglutição.
🔸 Interpretações e escolha clínica
A escolha da forma farmacêutica depende de múltiplos fatores:

🔸 Exemplos práticos
Cão com ferida crônica: pomada de Calendula e extrato oral de Uncaria tomentosa para suporte imunológico.
Gato com inapetência e vômito: infusão de Melissa officinalis ou Matricaria em doses adaptadas.
Paciente geriátrico com dor crônica: óleo fitoterápico em massagem e suporte oral com Harpagophytum procumbens.
🔸 Erros comuns e como evitá-los
❌ Prescrever tintura alcoólica em doses humanas para gatos
❌ Utilizar infusões sem orientar preparo e conservação corretos
❌ Indicar uso tópico sem verificar lesão aberta, lambedura ou sensibilidade cutânea

✅ Sempre orientar via, frequência, tempo de uso e cuidados com armazenamento
🔹 Conclusão
Conhecer as formas farmacêuticas é essencial para prescrever com segurança. Essa escolha interfere diretamente na eficácia terapêutica, na aceitação do tutor e no sucesso do tratamento.
Veterinários que dominam essas opções passam a atuar com maior versatilidade clínica e obtêm resultados mais consistentes e personalizados.
👉 Continue acompanhando o blog para mais conteúdos sobre prescrições fitoterápicas e aplicação clínica segura em pequenos animais.




Comentários